Maximizar o Valor do Produto: o grande desafio do PO

Maximizar o Valor do Produto não é uma tarefa fácil, mas sim um grande desafio recorrente do PO. Independente da metodologia de desenvolvimento a ser utilizada, é facilmente compreensível que Maximizar o Valor do Produto é a principal atividade do Product Owner durante todo o ciclo de vida e desenvolvimento deste Produto.

Entretanto, essa atividade de maximização do valor a ser entregue a cada iteração é bastante dinâmica e estratégica, sendo necessária uma avaliação constante em todas as ações e artefatos que este profissional utiliza.

valor do produto

Maximizar o Valor do Produto: o grande desafio do PO

 

O que é maximizar o valor do produto?

Por definição, maximização é:

“¹ Ato ou efeito de maximizar, de elevar ao máximo.”

“² Operação através da qual se consegue especificar o maior valor que uma grandeza poderá assumir.”

No que diz respeito ao termo valor:

“Que pode ser útil; valia: conselho de valor.”

Sendo assim, podemos definir que Maximizar o Valor do Produto é elevar ao máximo o valor de utilidade do Produto a cada iteração de maneira constante e dinâmica, buscando alcançar a excelência a cada entrega.

Maximizar não é…

Pior do que não conhecer ou não saber maximizar o valor do produto é realizar essa atividade de maneira equivocada. Portanto, listamos também algumas dicas que precisam ser evitadas no que diz respeito a este assunto:

  • Maximizar não é ganhar dinheiro: Pensar no produto somente no retorno financeiro da instituição pode ser um risco, pois o que pode ser um atrativo para a empresa pode fazer o usuário final se assustar com a ideia. É importante pensar no retorno financeiro, porém se o produto não entrega valor aos usuários, não haverá clientes para gerar retorno algum.
  • Maximizar não é entregar mais: Como diz o ditado: “o menos é mais”, não importa muito a quantidade de features que cada entrega compõe, mas sim o que cada uma delas representa. Mudanças radicais no produto podem causar impactos negativos.
  • Maximizar não é entregar rápido: Outro pensamento que devemos evitar é a necessidade de entregar tudo em um curto prazo. Analisar com carinho cada funcionalidade entregue e tomar decisão é muito mais importante do que tentar entregar rapidamente.
  • Maximizar não é enfeitar: Entregar um produto bonito, com alta usabilidade e Experiência do Usuário é extremamente importante. Porém não deve ser confundido com decorações e funcionalidades inúteis. O produto deve conter e apresentar tudo aquilo que ele precisa para cobrir as dores dos seus personas e nada mais do que isso.

 

Priorizar por valor de negócio

A maximização do valor do produto não é uma tarefa simples, pois ela deve ser realizada constantemente. Além disso, o valor que o produto ou negócio entregue pode ser alterado de acordo com o mercado.

Realizar a avaliação das demandas, observar o mercado, analisar o comportamento dos usuários e procurar aquilo que melhor o agrada, bem como colher ideias para entregar algo que melhor satisfaz a vontade destes sobre o produto deve ser uma atividade quase que diária do PO.

Sendo assim, cabe ao Dono do Produto observar sempre o seu produto e sempre se perguntar: Qual o maior valor que eu posso entregar ao meu produto neste momento?

Como priorizar agregando valor ao produto?

Se por um lado a maximização do valor do produto é a principal atividade do Product Owner, por outro seu principal artefato é o Backlog do Produto – sendo este conhecido como a “lista de desejos e necessidades” ordenada do produto.

O Backlog é ordenado por prioridade e, normalmente, essa prioridade é avaliada através do valor entregue a cada item da lista. Por conta disto, o backlog tem características como: dinamismo, flexibilização e nunca estar completo.

Existem diversas técnicas e ferramentas de priorização, das quais podemos citar alguns mais conhecidos:

  • MoSCoW: Basicamente, pontua o que o produto deve ter até o que seria poderia, porém não é imprescindível. Sua sigla representa: Must have” (deve ter), “Should have” (deveria ter), “Could have” (poderia ter), e “Won’t /Would have” (poderia / não vai ter).
  • Esquema de pontuação simples: Esse modelo prevê a aplicação de uma nota que pode variar entre 1 a 5, 1 a 10 ou 1 a 100 para cada item do Backlog considerando os diversos fatores e conhecimento do PO.
  • Story Mapping: O Mapa de História é um modelo que busca organizar os itens do backlog de forma a organizar a priorização e mapeamento por Features. A ideia desta técnica é que, ao invés de empilhar as histórias, é melhor priorizar por importância e realizar o cruzamento/matriz de histórias relacionadas, formando assim funcionalidades a serem entregues.

Uma vez entendido o método de priorização a ser utilizado, é importante saber metrificar cada item do deste backlog. Maximizar é fazer com que o Produto tenha o maior valor possível para o negócio, usuários e partes interessadas.

Normalmente, essa avaliação e/ou pontuação de cada item considera um ou mais pontos a seguir:

  • Necessidade dos Usuários: Feedback dos usuários ativos ou através da análise e pesquisa com eventuais personas.
  • Objetivo Estratégico: Também conhecido como OKRs, é bastante comum maximizar o valor do produto através da mudança nos ponteiros dos resultados que cada item gera.
  • Problema de Negócio: Problemas em processos de negócio para otimizar fluxos, reduzir custos, esforço operacional, atendimento regulatório/legal, entre outras questões relevantes para o negócio.
  • Problemas de Produto: Inconsistências no Produto atual – normalmente causado por falha operacional ou não atendimento dos requisitos funcionais e não funcionais, além de limitações técnicas ou qualquer outro tipo de inoperabilidade.
  • Análise de Dados: A análise dos dados obtida através do uso e alimentação de dados do Produto permite obter informações valiosíssimas quanto para busca de novos itens no backlog e o devido apoio nos itens que agregam mais valor.

 

Habilidades para alcançar o melhor Valor de Negócio

Para alcançar um maior valor de negócio na entrega de produtos, é importante que o Dono do Produto tenha habilidades essenciais como profissional. Sendo assim, cabe ao Dono do Produto trabalhar em cada um dos aspectos essenciais para alcançar esse objetivo. Aspectos que nós iremos abordar a seguir.

Conhecimento do Negócio

O conhecimento do negócio e área de atuação a qual está envolvido é imprescindível para o PO, pois a partir deste conhecimento é que poderá ser realizado um melhor levantamento das necessidades junto aos usuários, bem como o descobrimento real das necessidades.

Esse conhecimento do negócio deve estar vinculado aos interesses e estratégia da empresa. Assim, o Product Owner consegue garantir que o Produto desenvolvido não está perdendo o foco.

Conhecimento do Público

Todo produto tem um público, seja este público pessoas, natureza, animais, sistemas ou qualquer outra forma de interação com aquilo que se é produzido. Conhecer este público ajuda a definir o que, de fato, traz de real valor a quem vai utilizar, como e quando será entregue cada fase/funcionalidade do produto.

Capacidade de Aprendizado

Conhecer o produto, negócio e público é muito importante. Porém aprender com o cenário através de feedbacks, tendências e mudanças do mercado ajuda e muito no que diz respeito às tomadas de decisões em cima de cada entrega realizada.

Capacidade Analítica

A capacidade analítica é uma característica importantíssima para o PO. Essa capacidade deve produzir a habilidade de produção de informação e conhecimento a partir da análise de dados. Dados que podem ser obtidos através do conhecimento do negócio e do usuário.

 

Conclusão

Sendo assim, podemos definir que maximizar o valor do produto não é uma tarefa fácil, pois além de ser a mais importante dentre as suas diversas atividades, esta atividade requer conhecimento e aprendizado constante. Ponto de atenção para o aprendizado sobre o produto e avaliação do mercado constantemente.

Uma análise incorreta pelo PO pode fazer com que este produto alcance o declínio do ciclo de vida mais rapidamente, bem como a perda de mercado, insatisfação do público e inutilização do serviço.

Por outro lado, a análise bem feita alinhada à estratégia de mercado rende uma evolução do Product Owner como profissional e ao Produto uma melhoria contínua, cooperando para que este produto ganhe força no mercado e gere o valor esperado ou superado.

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