Startup: Definição e como o Product Owner deve trabalhar

Vivemos em um mundo onde a inovação é cada dia mais bem vinda e disputada nos negócios. Essa inovação somada às necessidades rotineiras das pessoas, oportunidades de melhorias e otimização de tempo dá lugar às mentes criativas que estão a todo momento procurando uma oportunidade de solucionar um novo problema.

No passado, a inovação ficava limitada às grandes empresas já bem fortalecidas e consolidadas no mercado, onde a disputa se limitava às grandes corporações numa corrida industrial aparentemente imparável. Porém, pequenos grupos de empreendedores e/ou empresas observaram todo esse cenário há mais de 20 anos e começaram a enxergar a possibilidade de criar Produtos e Serviços de maneira mais otimizada e com muito menos custo, dando início ao conceito de Startup.

Fique com a gente e saiba muito mais sobre o que é uma Startup, passos para iniciar uma ideia e, caso você seja um Product Owner, também vai ajuda-lo na construção de um Produto visando este modelo de empresa.

 

Afinal, o que é uma startup?

Muito se discute sobre a real definição de Startup. O próprio conceito já mudou algumas vezes desde que foi consolidado, porém a melhor definição encontrada atualmente é:

Uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.

Partindo desta excelente definição, poderemos tirar alguns aprendizados para cada trecho desta definição:

Modelo de Negócio Inovador

Se por um lado o Modelo de Negócio está relacionado à relação de Valor entregue pela Empresa com os seus Usuários/Clientes combinada à forma de monetização e entrega do Produto, a Inovação está ligada à entrega de algo novo ou ainda pouco ou mal explorado.

Sendo assim, um Modelo de Negócio Inovador para uma Startup é entregar um Produto ou Serviço que resolva problemas de maneira eficiente e/ou diferente aos usuários.

Repetível

Ser Repetível significa que o modelo de negócio inovador tem capacidade de entregar o mesmo Produto da mesma maneira em escala ilimitada e padronizada, de modo que esse modelo pode ser repetido inúmeras vezes sem necessidade de customização.

Essa repetição deve permitir que quaisquer alterações no Produto reflitam para todos os usuários de uma maneira única e reproduzível.

Escalável

Uma Startup precisa ser escalável! Isso quer dizer que dizer que ela deve buscar crescer cada vez mais em número de clientes/usuários e receita sem aumentar proporcionalmente a complexidade e custos no modelo de negócio. Ou seja, o crescimento da empresa cresce proporcionalmente mais do que o negócio.

Crescer a receita, tamanho da empresa e número de usuários com os custos aumentando lentamente ajudará a Startup aumentar a sua margem a medida em que ganha espaço e tamanho, aumentando o seu lucro e valor de mercado.

Extrema Incerteza

Quando uma Startup se inicia, a única certeza que temos é tudo pode dar errado. Parece uma afirmação um pouco negativa, mas não é, pois quando estamos tratando de um Produto novo onde jamais foi abordado, é bastante provável que alguma de nossas hipóteses, pesquisas e avaliações tenham sido equivocadas.

Segundo a CB Insight, 70% das startups fecham antes de completar 20 meses e os motivos são diversos. Por conta disso, o Product Owner deverá estar disposto a analisar o mercado e comportamento dos seus usuários de maneira bastante analítica, observar os indicadores, estar apito a mudar a estratégia e, se necessário, “fechar as portas e partir para a próxima”.

 

Passos para iniciar uma Startup combinadas às Habilidades do Product Owner

Seja o próprio fundador/empreendedor, profissional da área de Marketing, integrante do time de desenvolvimento ou um Dono do Produto contratado, as habilidades, funções, responsabilidades e características de um Product Owner podem ser executadas na construção de uma Startup e são mais que bem vindas para o sucesso na validação.

Vamos apresentar os passos para o início de uma Startup combinados ao conhecimento do PO:

Levantamento e entendimento de Problemas

Tudo se inicia por um problema ou necessidade a ser solucionada e, por conta disso, esse problema deve ser bem compreendido. É importante verificar se os usuários realmente tem essa dor ou se aplica somente a você.

Nessa etapa é imprescindível que o PO realize pesquisas de validação utilizando formulários digitais para pesquisa em massa e/ou entrevistas pessoais. Essa busca pode confirmar a dor das pessoas, invalidar ou mostrar outros pontos de danos.

Validações de Hipóteses

A validação de hipóteses serve validar ou invalidar uma afirmação! Deste ponto de vista, essa fase pode ser feita em conjunto com o entendimento dos problemas e servir de insumo para a busca de possíveis soluções.

Nesta fase, o Dono do Produto deve levantar todas as hipóteses de problemas/necessidades e combinar com possíveis oportunidades de soluções. Toda hipótese deve ter uma métrica para que seja possível identificar se esta foi validada ou invalidada.

Busca de Soluções

Em conjunto com o time de desenvolvimento, profissional de User Experience ou sozinho, o Prouct Owner já pode combinar os Problemas levantados com as Hipóteses validadas e desenhar possíveis soluções.

Essa busca por soluções podem ser protótipos, rascunhos, descritivos em alto nível (exemplo Épicos) ou qualquer outro modelo que sirva de insumo para o início do planejamento e Backlog.

Planejamento, Priorização e Valor

Uma vez que as possíveis soluções foram levantadas e uma ou mais foram selecionadas, é hora do Dono do Produto utilizar as suas maiores habilidades.

1. O PO deve ter a competência de quebrar a solução em um nível de granularidade suficiente para que seja desenvolvido separadamente.
2. Com a lista de itens levantados, deve-se criar o Backlog do Produto, de modo a ser gerenciado sempre que possível.
3. Esse Backlog deve ser priorizado com base no Valor de Negócio de cada História/Requisito ao usuário.
4. Após esse desenho, pode ser invocada a reunião de Planejamento e dar início ao primeiro Backlog da Sprint.

Indicadores e MVP

O Product Owner deve levantar indicadores de sucesso ou insucesso para validação ou invalidação do Produto criado, de modo que possam ser observados logo no início.

Todo o Planejamento e Priorização do Backlog deve ser pensado com base no MVP – Minimum Viable Product, de modo que o PO tenha competência para identificar quando e qual versão inicial já pode ser disponibilizada aos usuários.

Conclusão da Solução inicial e revisão da Estratégia

Uma vez que o Produto já está no mercado e a área de marketing já iniciou a divulgação, o Dono do Produto já pode visualizar o comportamento dos usuários/clientes, obter resultados e analisar a estratégia do MVP com base nos indicadores criados anteriormente.

Nesse momento de análise, o PO também deve olhar para o Backlog e tomar ações de acordo com os feedbacks encontrados pelas pessoas que já estão utilizando o Produto e prover a estratégia necessária para a resposta que o mercado precisa e o sucesso do Produto.

Note que o trabalho do Dono do Produto na construção de uma Startup é imprescindível! Um profissional bastante capacitado e completo pode cooperar de maneira imensa para o sucesso da empresa.