O que o Dono do Produto NÃO é!

Nesse post nós vamos tratar e apresentar o que o Dono do Produto NÃO é, bem como os principais erros cometidos pelas organização e também pelo próprio profissional no momento de realizar as suas atividades.

Já falamos aqui sobre o Product Owner (Dono do Produto), apresentando as suas principais características, responsabilidades sobre o produto, modelo de trabalho em conjunto com a equipe de desenvolvimento e funções deste profissional.

Porém, se por um lado o papel deste personagem tão conhecido é compreendido por muitos, por outro, ocorre um grande engano sobre os seus papéis com relação ao Produto e ao modelo de trabalho.

O que o Dono do Produto NÃO é! - Product Owner olhando para uma parede com diversos pontos de interrogação

O que o Dono do Produto NÃO é!

 

Pingos nos Is

Antes de mais nada, é importante deixar claro e bem apresentada a definição deste profissional segundo o Guia oficia do Scrum:

“O Product Owner é uma pessoa e não um comitê. O Product Owner pode representar o desejo de um comitê no Backlog do Produto, mas aqueles que quiserem uma alteração nas prioridades dos itens de Backlog devem convencer o Product Owner.”

“Para que o Product Owner tenha sucesso, toda a organização deve respeitar as decisões dele(a). As decisões do Product Owner são visíveis no conteúdo e na priorização do Backlog do Produto. Ninguém pode forçar o Time de Desenvolvimento a trabalhar em um diferente conjunto de requerimentos.”

A partir deste ponto apresentado pelo Scrum Guide é que vamos nos basear para apresentar os cuidados que vamos ter neste profissional.

 

O que PO não deve ser

  • O Product Owner não deve ser um comitê, um departamento, coordenadoria ou um conjunto/grupo de pessoas. Ele é uma pessoa que trabalha para o Produto.
  • Ele não é mais do que uma pessoa. Apesar de parecer redundante, é importante ressaltar que este papel não deve ser realizado por mais de uma pessoa. Isso porque evita conflito de interesses e outros problemas que podem comprometer o valor do produto.
  • Enquanto Product Owner, ele não deve ser o Gestor. Apesar de não ser proibido que o PO seja o Gerente ou Dono da Empresa, quando ele “usa o chapéu” deve saber separar bem a sua liderança de pessoas do domínio sobre o produto.
  • Ele não é o Scrum Master. Esse profissional é muitas vezes confundido com o SM tendo a responsabilidade de liderar o Scrum junto à equipe. Isso pode acarretar em problemas de interesses.
  • Ele não é integrante do Time de Desenvolvimento. Semelhante ao item anterior, esse profissional pode até fazer parte da equipe de desenvolvimento, porém enquanto Product Owner ele não contabiliza para o desenvolvimento efetivo do Produto apesar de trabalhar e facilitar o trabalho da equipe.
  • Ele não é o único responsável por alimentar ideias que servirão de insumos para o Backlog do Produto. Apesar do PO ser o total responsável pelo gerenciamento e priorização, ideias e insights podem surgir de vários lados (usuários, clientes, organização e time de desenvolvimento).
  • Subordinado ao Product Manager. Apesar de serem papéis semelhantes e, dependendo do formato da organização pode até ser adotada tal hierarquia, por padrão o Dono do Produto não é subordinado ao Product Manager, pois eles tem a mesma função.
  • Como próprio Guia do Scrum define, o Proprietário do Produto não é um cargo, mas sim um papel dentro do time ágil. Com isto, qualquer pessoa pode utilizar tal “chapéu” desde que execute as suas responsabilidades de PO.

 

Características e Personalidades que o PO não deve ter

Personalidade é o conjunto de qualidades e características que define uma pessoa individualmente.

Mudar é muito difícil, porém quando nossa personalidade/característica que nos define atrapalha o nosso profissional, é importante mudar ou melhorar o comportamento para que as atividades possam ser melhores trabalhadas. Listamos aqui algumas características e personalidades que o PO não deve (ou não deveria) ter:

  • Timidez: A todo momento o PO está em contato com pessoas de diversos níveis e interesses sobre o Produto, portanto, a timidez deve ser trabalhada e trocada pela disposição de ideias.
  • Introvertido: Se por um lado a comunicação é uma das principais características deste profissional, a falta dela torna muito difícil o seu trabalho, suas relações e consequentemente o seu trabalho.
  • Falta de empatia: Todo produto é feito para alguém e normalmente não é para quem faz. Por conta disso, se colocar no lugar dos usuários é imprescindível no sucesso de disposição ao público. Caso contrário, esse produto tende a alcançar o declínio.
  • Falta de vontade de aprender: Aprendizado é quase que uma tarefa diária do Product Owner – isso vale para o mercado, concorrentes, tecnologia, clientes e todos os aspectos que norteiam o desenvolvimento de Produtos. A falta de aprendizado paralisa a geração de ideias, a inovação e consequentemente o sucesso.
  • Falta de planejamento: Planejar faz parte do trabalho do Product Owner. Ele deve estar sempre pensando à frente do momento atual do produto observando o Roadmap ou qualquer outra estratégia a se chegar.
  • Esquecer de validar: Tudo que o PO faz, pensa ou entrega deve ser dimensionado e validado. Seja pelo PO ou por um outro profissional (normalmente UX Research), todo levantamento e entrega do Produto deve ter uma avaliação do comportamento dos usuários e no mercado.

Finalizo este Post com um pensamento de Élcio Martins:

“Errar é humano, já dizia o filósofo, mas persistir no erro é incompreensível…”

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3 Resultados

  1. Vivine disse:

    Muito bom o post, uma vez que as pessoas ainda confundem sim o.papel do PO e acho que foi bem esclarecedor…
    Parabéns, Bruno Cardoso!!

  2. Erika disse:

    Lembrando que a característica introversão não significa não saber ou não querer ser comunicativo.

  1. 24 de maio de 2020

    […] Pois bem! Chegamos até o ponto que nós, proprietários do produto tanto esperamos sobre as mudanças de hábitos para o Product Owner em tempos de quarentena. Aqui vamos utilizar diversas perspectivas já apresentadas no site sobre as características deste profissional, bem como o que ele é e não é. […]

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