O Analista de Requisitos e o Analista de Negócios

Com o advento das metodologias ágeis tomando conta do modelo de desenvolvimento de produtos complexos, milhares de organizações ou times de projetos procuram se adaptar a este universo ágil, alterando os seus processos, suas atividades, forma de trabalho e, principalmente, o papel dos seus colaboradores.

Destes papéis, é muito comum que o Analista de Requisitos ou o Analista de Negócios acabe recebendo o título de Dono do Produto.

Nesse Post, nós iremos abordar algumas características destes dois profissionais tão frequentes nas empresas de tecnologia e falaremos a respeito das suas diferenças e semelhanças, além de relacionar essa área com papel do Product Owner.

 

O papel do Analista de Requisitos

O Analista de Requisitos ou Analista Funcional é o profissional responsável pela coleta das necessidades de produto com a área de negócio através de diversas técnicas de levantamento de requisitos durante o processo de elicitação.

Esse profissional tem o papel de traduzir as necessidade destes usuários e clientes para o time de desenvolvimento através das especificações de requisitos utilizada pela organização.

 

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Dentre as diversas competências e atividades necessárias para o analista de requisitos, destaca-se as seguintes capacidades necessárias para desempenhar com excelência as suas atividades:

• Desempenhar boa comunicação entre as partes interessadas (stakeholders) e a equipe de desenvolvimento.
• Ter empatia se colocando no lugar do usuário final que irá utilizar o produto.
• Ser capaz de resolver conflitos de interesse entre as partes interessadas.
• Habilidade de moderar reuniões conduzindo todas as partes (stakeholders, gestores, patrocinador ou equipe de desenvolvimento) ao objetivo de cada encontro.
• Apresentar auto confiança durante todo o momento realizando a condução do produto firmeza.
• Capacidade de persuadir as partes no que diz respeito ao objetivo do produto.

Á área de atuação, bem como as funções deste profissional é muito abrangente e também contempla diversas outras disciplinas, tais como: Delimitação e Contexto do Sistema, Elicitação e Documentação de Requisitos, Validação e Acordo de Requisitos, Gerenciamento de Requisitos e utilização de Ferramentas.

 

O papel do Analista de Negócio

O Analista de Negócio contempla em boa ou total parte o trabalho do analista de requisitos, realizando o levantamento dos requisitos com as áreas de negócio, definindo juntamente o escopo, intermediando o contato entre os usuários e a equipe de desenvolvimento, além de outras atividades, capacidades e características do analista funcional já apresentado anteriormente.

Eu (particularmente) diria que o Analista de Negócios tem algumas habilidades, capacidades e responsabilidades a mais do que o analista de requisitos, pois este profissional tem maior responsabilidade sobre o resultado final do produto em frente ao mercado, também conhecido como Maximizar o valor do Produto.

Perceba que o seu foco está mais para observar o mercado, concorrentes e oportunidades do que somente a realização da escrita dos requisitos dos clientes e demais técnicas de requisitos.

Além das competências vinculadas ao analista de requisitos, algumas outras habilidades são necessárias para o analista de negócio, tais como:

• Conhecimento maior da estrutura de negócios a qual está envolvido.
• Análise de benefícios e custos de cada feature a ser levantada e desenvolvida.
• Otimização de valor para a organização como um todo.
• Ter conhecimentos profundos em modelagem de processos de negócio para mapeamento do fluxo do produto em meio à rea de atuação.
• Conhecimento do mercado e seus principais concorrentes buscando uma posição do seu produto.

 

7 mudanças para migrar da Análise de Requisitos para a Análise de Negócios

O canal do Youtube Fabrício Laguna apresenta uma explanação muito interessante sobre as mudanças necessárias de migração de Análise de Requisitos para Análise de Negócio.

Basicamente, nosso amigo Fabrício introduz o assunto apresentando algumas características de cada profissional como já mostramos anteriormente e deixa muito claro que a Análise de Requisitos pode fazer parte da Análise de Negócio, de modo que a segunda abrange um universo muito maior.

Por fim, são apresentadas 7 mudanças para migrar da Análise de Requisitos para Análise de Negócios, das quais:

• Enquanto o analista de requisitos foca na análise dos entregáveis, o analista de negócios foca no entendimento da solução de negócio como um todo.
• O conhecimento compartilhado com documentação passa a ser compartilhado de maneira colaborativa facilitada.
• O trabalho orientado ao tipo de metodologia passa a ser indiferente, pois para o analista de negócio, pouco importa a metodologia. Isso porque ele deve ser flexível e adaptável.
• Ao invés de ser um escriba/anotador, o profissional passa a ser um direcionador/orientador ou até mesmo conselheiro para as áreas de negócio e departamentos.
• Os requisitos baseados em textos passam a ser representados por modelos visuais, também conhecidos como diagramas ou apresentações.
• O analista de requisitos foca na entrega e geração de tarefa, enquanto o analista de negócio foca na geração de resultado de negócio, seja ela qual for.
• O analista de requisitos normalmente está incluído em um silo determinado dentro da empresa, já o negócio é um ativo para toda e qualquer área ou parte da empresa.

 

Me tornei Dono do Produto! E agora?

Como foi dito anteriormente, é muito comum que as organizações ou times de projeto adaptem a antiga estrutura de equipe dos modelos tradicionais para as metodologias ágeis, independente de qual metodologia utilizar – e isso não tem problema algum!

Na maioria das vezes, a grande falha nesse processo está na simples mudança deste papel apenas na teoria, mantendo a prática realizada antigamente.

Já apresentamos aqui uma publicação do Scrum.org sobre A Evolução do Product Owner. Nesta publicação, o primeiro e o segundo nível dizem respeito ao Analista de Requisitos como escritor e o Analista Sênior.

Quando o analista de requisitos ou negócio passa a ser chamado de Dono do Produto ou Product Owner, o profissional transforma toda a sua lista de requisitos em Backlog do Produto passando a gerenciá-lo de acordo com a ordem lógica a ser desenvolvida.

As capacidades de comunicação, empatia, persuasão, resolução de conflitos e moderação são super bem vindas ao Dono do Produto e isso apoia na continuidade de suas atividades durante a transição.

É importante ressaltar que o PO é um papel no time scrum e não necessariamente um cargo. Sendo assim, esta função pode ser executada por um analista de requisitos, negócio ou qualquer outra pessoa que exerce alguma atividade similar.

Gosto de acreditar que o papel do Proprietário do Produto é mais abrangente do que o do Analista de Negócio e Requisito, pois envolve uma questão estratégica e responsabilidade sobre o Produto e seus resultados para o negócio, além de outras características necessárias.